Por que Biden falou em "genocídio"?

Por que Biden falou em "genocídio", cometido por Putin sobre o povo ucraniano, chamado de "crime dos crimes" ou "G-word"?
Credit: AFP

Ontem, dia 12 de abril, enquanto discursava a uns eleitores de Menlo, no estado do Iowa, sobre o aumento dos preços de gasolina, disse: "Your family budget, your ability to fill up your tank, none of it should hinge on whether a dictator declares war and commits genocide a half a world away."

Biden falou a G-word porquê?

Por várias razões.

Demonstra compromisso político da sua presidência para com o conflito, recentra a política externa norte-americana nos direitos humanos e marca um nível mínimo de discussão, proteção e ação preventiva da política internacional e diplomática.

Fornece, também, uma mensagem aos demais beligerantes de outros estados quanto a este standard de crimes contra a humanidade, expressa uma certa compensação psicológica pelo sofrimento e traumatismo atuais do povo ucraniano e influencia a opinião pública internacional.

Por último, sinaliza ainda os contendores, sobretudo Putin, de que o conflito pode escalar do ponto de vista político e, até militar.

Isto porque demonstra pretender vincular a Rússia e Ucrânia (e eventualmente o conflito no seu todo, incluindo georgianos, bielorussos e afins), ambos subscritores  da UN Genocide Convention, e de que podem vir a ser perseguidos, particularmente Putin, pelos crimes cometidos, especialmente por genocídio, nos termos desta convenção internacional.

Por sinal, esta é o primeiro tratado de direitos humanos a ser adotado na Assembleia Geral da ONU em 1948.

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